Sunday, February 20, 2011

Terras: um “documentário” muito pessoal


FICHA TÉCNICA:
Terras
Brasil, 2009, 75 min, 35 mm, cor, Dolby Digital

Direção: Maya Da-Rin
Produção: Sandra Werneck
Fotografia e câmera: Pedro Urano
Montagem: Karen Akerman / Maya Da-Rin / Joaquim Castro
Pesquisa: Daniel Bueno, Geraldo Pereira, Luiza Leite, Maya Da-Rin e Pedro Cesarino

Terras é um filme que exibe linda fotografia. E avaliar um filme dessa maneira sempre me pareceu suspeito. Eufemismo para filme ruim?   No meu caso, não necessariamente. Mas uma forma simplificada de traduzir uma ideia: não posso dizer que o filme seja ruim, porque não é, mas também não posso dizer que o filme seja bom. Pois então, dentro da minha própria categorização sem método,  tenho de concordar que Terras tem, de fato, uma bela fotografia.
Talvez a culpa seja toda minha. Fui advertida que se tratava de um filme experimental, mas insisti em acreditar que veria um documentário, porque bem antes de o título ser integrado à exibição da artista mineira,  Rivane Neuenschwander , eu havia visto o trailer.
Sou louca por documentários. Lembro de um tempo em que documentário era como dever de casa: importante para o aprendizado, mas sobretudo um dever e, como tal, chato. Recentemente, a coisa evoluiu tanto que documentário perdeu o caráter de obrigação e invadiu a praia do prazer, puro e simples; e de quebra a gente ainda pode deixar a sala de cinema ou o sofá de casa com a sensação (boa) de ter aprendido algo. A grande decepção que me causou o filme de Maya Da-Ri vem daí e do fato de que muito esporadicamente posso me dar ao luxo de ir ao cinema com o marido, numa noite qualquer da semana. A ocasião, portanto, acendeu ainda mais a fogueira das expectativas. O que aprendi, de fato, é que um documentário pode, também, ser experimental. Com tudo o de positivo e negativo que a definição encerra.
Eu ouvi falar desse filme por meio de um anúncio do Porta Curtas Petrobrás. Como disse, vi o trailer e me pareceu interessante a ideia da confluência de três cidades: Letícia (Colômbia), Tabatinga (Brasil) e Santa Rosa (Peru): a imagem de uma fronteira tripla borrada, em que povos indígenas, unidos pela etnia, se viam separados pela criação de estados, com suas leis e bandeiras. Como plot de documentário,  isso soava simplesmente perfeito. Imediatamente, fiquei achando que o filme seria uma forma interessante (e bonita) de me embrenhar em algo que passa longe do meu dia-a-dia, uma promessa pra cinéfilo nenhum desdenhar e irresistível pra quem, como eu,  ama histórias.O trailer , de fato, não fez todas essas promessas. Então por que acreditei que iria  acompanhar a vida de personagens reais e conhecer suas perspectivas, visitando essas terras longínquas?
Infelizmente, deixei minha expectativa traçar um prospecto que, certamente, não coincidia com o da diretora.  Além disso, tema não  é tudo. Qualquer expectador de documentários sabe que mesmo o assunto mais interessante precisa da mão precisa de um (a) cineasta, prefrencialmente um(a) documentarista,  para trazer à tona as perguntas, mesmo que não se tenha as respostas. Ainda que o tema não esteja na nossa lista de preocupações cotidianas ou profissionais, desde que devidamente apresentado, ele pode definitivamente entrar para o seu raio de visao e de atenção ou afeição.Nunca parei particularmente para pensar sobre pinguins, mas me vi emocionada e intrigada com a vida que eles levam, depois de A Marcha dos Pinguins (La marche de l'empereur, Luc Jacquet, 2005 ) . Eu sequer tinha ouvido falar do francês que cruzou o espaço entre as torres gêmeas caminhando sobre um fio de aço e dificilmente alguém me convenceria da relevância desse feito. Quando vi Man on Wire ( James Marsh, 2008), no entanto, descobri outras coisas fascinantes sobre o ser humano. Uma surpresa se pensarmos que, à primeira vista, trata-se de um episódio bizarra e cruamente egocêntrico. 
Minha ignorância e desinteresse eram igualmente enormes com relação ao caso de abuso sexual que condenou Roman Polanski a nunca mais voltar aos Estados Unidos. Até que o documentário (Roman Polanski: Wanted and Desired, Marina Zenovich, 2008) sobre o caso me ensinasse muitíssimo sobre temas como a vaidade humana e o poder de manipulação da mídia, sem contar as falácias da justiça, na figura de seus juízes. Fiquei impressionada com o quanto eu desconhecia a história recente dos Estados Unidos quando vi The Most Dangerous Man in America: Daniel Ellsberg and the Pentagon Papers, 2009 (dirigido por Judith Ehrilich and Rick Goldsmith). O documentário trata do vazamento de papéis confidencias do Pentágono, numa manobra corajosa de Ellsbsberg para tentar acabar com a guerra no Vietnã.
Não é que Maya Da-Rin não saiba o que faz. Ao que consta, ela tem pelo menos outros dois documentários no curriculum e, para manter uma certa “tradição”’ no mundo do cinema brasileiro, é filha de cineasta. No caso, a mãe é Sandra Werneck, que em Terras dá as bênção à filhota assinando a produção. Maya tem olho para o curioso (note as tomadas, de Letícia, suponho, feitas por debaixo dos carros); para o belo e inusitado, como as cenas da chuva torrencial sobre os barquinhos protegidos por frágeis guarda-chuvas na imensidão do rio. Sua forma de documentar é extremamente pessoal e muito sensível. A cineasta parece querer nos convencer que a imagem da terra, dos troncos das árvores e das matas pode sobrepujar todo o resto.  
Para mim, o resto foi exatamente a narrativa que faltou. Ao sair da exibição de Terras, sobrou a vontade de saber mais sobre aquelas pessoas sem nome, que surgiam ao acaso, como as àrvores e as imagens do rio e do solo. Ainda que gostasse de ver as imagens feito pinturas e as  longas tomadas, cuidadosamente registradas pelas câmeras sob a direção de Maya Da-Ri, queria, como já disse, aprender mais. Queria ouvir histórias, as quais, estou certa, devem jorrar nesse lugar tão marcado pela tradição oral. Queria saber o que distingue as cidades rachadas pelas fronteiras. A passagem, por exemplo, em que um grupo de pessoas toma a  Ayauasca, sobre a qual nada foi dito e explicado, fica flutuando em mistério, com um exotismo a meu ver desnecessário.
Vou ter de esperar por outro documentário.  Ou, quem sabe, pela possibilidade, remota, de ir ver essas terras por mim mesma, sem o auxílio luxuoso de uma lente com subjetividade própria. Que os documentaristas se compadeçam dessa minha alma curiosa que, claro, também aprecia uma bela fotografia.

Saturday, February 19, 2011

Top 10 Shocking Attacks from the GOP War on Women

1) Republicans not only want to reduce women's access to abortion care, they're actually trying to redefine rape. After a major backlash, they promised to stop. But they haven't.
2) A state legislator in Georgia wants to change the legal term for victims of rape, stalking, and domestic violence to "accuser." But victims of other less gendered crimes, like burglary, would remain "victims."
3) In South Dakota, Republicans proposed a bill that could make it legal to murder a doctor who provides abortion care. (Yep, for real.)
4) Republicans want to cut nearly a billion dollars of food and other aid to low-income pregnant women, mothers, babies, and kids. 
5) In Congress, Republicans have proposed a bill that would let hospitals allow a woman to die rather than perform an abortion necessary to save her life.
6) Maryland Republicans ended all county money for a low-income kids' preschool program. Why? No need, they said. Women should really be home with the kids, not out working.
7) And at the federal level, Republicans want to cut that same program, Head Start, by $1 billion. That means over 200,000 kids could lose their spots in preschool.
8) Two-thirds of the elderly poor are women, and Republicans are taking aim at them too. A spending bill would cut funding for employment services, meals, and housing for senior citizens.
9) Congress voted yesterday on a Republican amendment to cut all federal funding from Planned Parenthood health centers, one of the most trusted providers of basic health care and family planning in our country.
10) And if that wasn't enough, Republicans are pushing to eliminate all funds for the only federal family planning program. (For humans. But Republican Dan Burton has a bill to provide contraception for wild horses. You can't make this stuff up).
 Yeah, they are back to action and they will do all possible to take away rights conquered with a lot of effort. It is our duty to stop their shameful proposals and politics.
Source: MoveOn.org

Thursday, February 10, 2011

Atenção cineastas de plantão!


Festival Internacional Lume de Cinema

O Festival Internacional Lume de Cinema é promovido e organizado pela Lume Filmes e acontecerá  em São Luís (MA) entre 14 e 23 de Julho de 2011
O Festival conta com uma mostra competitiva de longas metragens, na qual serão exibidos  doze longas nacionais e estrangeiros. Na categoria curtas,  24 filmes devem participar. Além da mostra oficial,  a Mostra Olhar Crítico, também competitiva, vai contar com dez  filmes  autorais, experimentais e independentes.  Cada mostra será avaliada por um júri específico e independente.
O festival promete ainda retrospectivas, sessões especiais, workshops, cursos, palestras e debates. O Teatro Arthur Azevedo vai ser o principal palco do evento, que também terá exibições no Cine Praia Grande e em espaços públicos como praças, auditórios e colégios.

Ainda é possível  enviar filmes para o festival .  As inscrições estarão abertas até o dia 15 de maio. Para saber mais acesse o site da Lume Filmes.